confesso-te Ilaria


... que tudo isto me eriçava os pelos - e o que sobrava de medula.


Porque se o depósito Greenpeace era facto ou ficção radioactiva, a questão pouco me interessava. A mim, o que desde logo me inquietava era o governamentalismo da hipótese - uma nova importação de merda.

Como se a nossa já não bastasse.


E dessas fossas, só mesmo um perfume de amor me poderia resgatar.


Foi quando por acaso te conheci, Ilaria

e por frívolo que possa ter sido o pretexto, o que é certo é que a paixão se tornou do tamanho do mundo - uma paixão que crescia, não com rosas e em jardins, mas nas porcas rotas dos lixos.


Na verdade, confesso que tudo se passou enquanto observava a nuclear ESKOM. Mais propriamente as rotas do radioactivo reactor PBMR - as rotas do urânio enriquecido importado da Rússia via Durban, a N1 e N4 para Pelindaba e Koeberg, para além de todas as outras que eles quisessem imaginar.

E aterradora, a possibilidade de manhosas proliferações surgia-me. Incluindo as usuais golpadas de baldeamento e hijacks de auto-estrada.


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