o último tango em Boane ? |
Mas tal como noutros filmes ambientais, pírrica poderá ter sido esta vitória da Matola. E à imagem de um outro tango em Paris, na Matola dançava-se com muita manteiga de amendoim. Porque são muitas as evidencias que entretanto surgiram - do relatório Scalia e outras - indicando que, durante os anos em que se travava essa batalha, uma teia de eco-empresários usava os subterrâneos do corredor Maputo-Boane para efectuar descargas de tóxicos a céu aberto - particularmente a partir de 1997. Tanto assim que, em Outubro 2000, e poucos dias após o moçambicano anúncio sobre o recuo no caso Matola, o jornal argentino El Diario (Morón) passava a revelar novos detalhes sobre a International Waste Group e a rota Maputo-Boane. El Diario publicava então os termos de um acordo estabelecido entre a subsidiária em Dublin da empresa argentina International Waste Group com a Eco Group Management SRL - numa investigação que era confirmada, quase em simultâneo, pelo semanário italiano Famiglia Cristiana. Segundo o aludido contrato, a empresa argentina International Waste Group (IWG) propunha-se despejar em Moçambique, e em parceria com a moçambicana AMODEL Lda, qualquer coisa como 25 mil toneladas de resíduos tóxicos por mês - pelo período de pelo menos um ano. Na operação, a tonelada de lixo era cotada a $ 300 e, se fossem 12 os meses fiscais da operação, isso significaria uma golpada de USD 90 milhões por ano. E segundo dizem os traficantes, em cada partida de lixo os lucros atingiriam 5 milhões USD. Como facilmente se repara, o exagero do contrato revela a ganância dos traficantes. |
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XITIZAP # 1 20/03/2003 |